SIEGA, Caroline Michels. Aspectos emocionais envolvidos no processo de perda e luto nas
diferentes fases do ciclo de vida familiar. Florianópolis: Familiare, 2008.
No presente texto Michels aborta os
desdobramentos emocionais que envolvem o processo de perda e luto dentro do
ciclo familiar sob a premissa da Teoria Relacional Sistêmica. A autora
argumenta que existem aspectos que afetam na elaboração da perda na família,
tais como: a) o tipo de morte; b) o papel funcional da família sobre a morte;
c) rituais específicos para a perda; d) histórico de perdas anteriores etc.
Michels
problematiza sobre as diversas fases o processo de luto. Entretanto, é preciso
notar que não existe época certa para que isso suceda, porque cada perda tem
seu valor emocional e é única. Argumenta-se que o processo de luto é bem
elaborado quando a família reconhece a perda, reorganiza seus papéis e cria
outros padrões de funcionamento, construindo e planejando o futuro. Neste
ponto, consente-se com a autora.
Alguns
teóricos, em concordância com Michels, afirmam que as reações emocionais das
pessoas envolvidas nas perdas dependem do nível de funcionamento e integração
emocional na família. Nota-se que as perdas podem desequilibrar todo um sistema
familiar, essas perdas podem ser: a) físicas quando o familiar sai de casa; b)
funcional quando um ente tem doença que o incapacita permanentemente e
prejudica o sustento da família; c) emocional quando se perde alguém que organizava
as festas da família.
No
que diz respeito à atuação do terapeuta, Michels sustenta que os rituais
terapêuticos têm como função facilitar a expressão do sofrimento. O terapeuta
pode avaliar o ritual da família, os rituais diários e que fazem parte do ciclo
da vida para compreender a maneira como a família lida com perdas anteriores e
como está lidando com a perda atual.
Entretanto,
apesar de toda a argumentação de Michels, sustenta-se que dentro de uma
perspectiva sócio-cultural da morte, o terapeuta precisa conhecer como é a
maneira de cada cultura viver o luto, quais atitudes específicas do grupo
étnico a esse respeito. É necessário conhecer a perspectiva familiar sobre a
natureza da morte e as possíveis expectativas de vida após a morte. Conclui-se,
auxiliar membros de uma família a lidar com uma perda significativa é
demonstrar respeito pela herança cultural e encorajá-los a cerimonizar a morte
de um parente e reorganizar o sistema familiar após a perda desse ente querido,
não obstante a sua importância e papel exercido dentro desse sistema.
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